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29/11/2018

Outubro Rosa: Vamos Falar Sobre Isso?

     O ‘Outubro Rosa’ é um movimento realizado, mundialmente, que visa a conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Durante o mês em que é realizada a campanha, várias atividades são realizadas visando a esta conscientização. E foi para falar sobre o assunto que a presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), doutora Rosemar Macedo Sousa Rahal, esteve no estúdio do jornal O HOJE, onde conversou com a editora do caderno Essência, Flávia Popov.

 

     Doutora Rosemar explicou a importância de se falar do tema, não só durante o Outubro Rosa, mas sim o ano todo. Segundo ela, o acesso à informação é extremamente importante, pois de nada adianta a informação chegar se ela não é comentada ou discutida – seja no núcleo familiar, no trabalho ou onde a mulher esteja. “É importante que as pessoas recebam a informação e que a mesma seja introjetada, se fazendo entender a relevância desse problema, a possibilidade de acontecer com qualquer mulher – seja nas mais jovens e também na população masculina – é sim importante conversar sobre o câncer de mama, ter a consciência, por exemplo, que aqui no Estado de Goiás uma em cada 16 ou 18 mulheres terá câncer de mama”, comenta a médica.

 

Dados

     De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para Goiás, é provável que 1.670 novos casos de câncer sejam diagnosticados no Estado; desse total, 560, no município. Para doutora Rosemar, a posição de Goiás em termos de frequência de câncer de mama é intermediária: “No Norte e no Nordeste do País, temos menor incidência do câncer de mama. Já indo em direção ao Sul, vemos uma incidência maior – o que nos deixa na intermediária. Porém esses números preocupam! Por ser uma elevação, temos mais câncer de mama atualmente do que no passado”.

 

Sintomas e prevenção

     Segundo a mastologista, o câncer de mama pode ser dividido em dois momentos. “O primeiro é quando não se tem nenhuma manifestação, sendo o momento ideal para se diagnosticar – quando a doença está dentro do tecido mamário e se pode identificar através da mamografia. O outro momento é quando a doença já cresceu um pouco mais, podendo se manifestar, saindo secreção pelo bico do seio, espontaneamente, sem a necessidade de apertar; áreas avermelhadas na mama; pele da mama mais grossa; alguma lesão no bico do seio – como uma ferida ou caroço”, explica.

 

     A médica esclarece que, na verdade, o câncer de manifesta de diversas formas, e é importante se atentar a algumas características, como o contorno da mama e a cor da pele, que pode estar diferente e ser uma manifestação do câncer. “Então, se você perceber algo nesse sentido, procure um especialista para examinar. Mas lembre-se: antes que alguma dessas coisas aconteça, podemos descobrir a lesão ainda na fase inicial através da mamografia”, alerta a médica.

 

     De acordo com a doutora, existem algumas estratégias positivas para a prevenção do câncer de mama. Dra. Rosemar explica que uma alimentação saudável, com baixa ingestão de gordura de origem animal; evitar o alcoolismo; a prática de atividades físicas e evitar a obesidade podem reduzir em até 23% para a frequência de câncer de mama. “Tudo aquilo que se faz para ter uma boa qualidade de vida, que interfere na redução de várias doenças, também reduz as chances do desenvolvimento do câncer de mama”, explica ela, que completa: “A dieta recomendada para a redução do risco do câncer de mama é a mediterrânea, voltada para verduras, frutas e grãos. Quando se tem uma alimentação mais rica desse tipo de alimento, possuímos automaticamente uma redução para todos os tipos de câncer”, completa Dra. Rosemar.

 

     E, quanto às atividades físicas, a especialista lembra que elas não podem ser esporádicas; é preciso ter uma regularidade. “É recomendado que sejam feitos exercícios, pelo menos cinco vezes por semana, de até 50 minutos. Essa prática, além de proporcionar uma redução das doenças cardiovasculares, tem um impacto na redução da chance do desenvolvimento de um câncer de mama. O importante é se movimentar”, pontua Dra. Rosemar.

 

     A gravidez, segundo a médica, também é um fator que contribui para a prevenção, pois a mama é imatura enquanto a mulher não engravida. “A partir do momento que se gesta, a mama adquire mais resistência aos fatores que desencadeiam a doença. A amamentação também é importante, porque, normalmente, quando se está amamentando, a tendência é que não se menstrue, fazendo com que o ovário se comporte de uma maneira diferente gerando uma proteção”, explica a mastologista.

 

     Dra. Rosemar diz que há um ‘confronto’ de informações quanto à idade para se começar a realizar os exames de prevenção contra o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os exames de prevenção devem ser realizados a partir dos 50 anos, em um intervalo de até dois anos. Já pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), são recomendados os exames a partir dos 40 anos, e, sua repetição, feita anualmente. Em dados coletados pela Regional de Goiás, se comprova que a SBM pode sugerir que os exames sejam iniciados a partir dos 40 anos. “Nós fizemos um levantamento de 25 anos de câncer de mama em Goiânia, em que percebemos um número expressivo: 30% das mulheres que têm câncer de mama, no Estado, foram diagnosticadas entre os 39/49 anos de idade. Então, se postergarmos o rastreamento para 50 anos (como recomendado pelo Inca), estamos deixando de fora de um diagnóstico precoce 30% da população”.

 

     Dra. Rosemar relembra que esta é uma doença evitável e curável, e, ao se ter uma boa qualidade de vida, se evita que o câncer apareça. Ao realizar a mamografia, de forma periódica, é possível diagnosticá-la em uma fase inicial, possível de se curar”.

 

Homens

     O câncer de mama não se é restrito só às mulheres. Segundo a doutora, nos homens ela é muito parecida – até nos sintomas – e de fácil manifestação pelo fato de o homem possuir uma mama pequena. “Gostaria de chamar a atenção para uma questão: se o paciente tem algum histórico na família, de homem com câncer de mama, existe uma preocupação maior de que a doença seja herdada. Aproximadamente 10% das pessoas adquirem o câncer herdado”, alerta e finaliza Dra. Rosemar.


Fonte: O Hoje