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13/02/2019
A vida após o tratamento de câncer de mama
São
Paulo, 17 de setembro do ano 2018 –
Passar por um câncer nunca é fácil. Para as mulheres, o câncer de mama vai além
da saúde, há também a estética e muitas dúvidas sobre o futuro. Atualmente, com
o avanço da medicina, é possível ter uma boa qualidade de uma vida durante e
após o tratamento, já que se descoberto precocemente suas chances de cura são
de 95%. Nos Estados Unidos, por exemplo,
segundo a American Society of Clinical Oncology, 1,5 milhão de pessoas já sobreviveu
a algum tipo de câncer.
De
acordo com o Dr. Rogério Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da
Sociedade Brasileira de Mastologia, atualmente é possível remover ou destruir o
tumor por completo. Tudo isso, após uma avaliação detalhada sobre o tipo de
câncer, estágio da doença, saúde em geral da paciente e uma conversa sobre
todas as possibilidades de tratamento. “Hoje, temos mais casos de cura e
controle da doença e esses números têm aumentado. Mas, sempre existe a
preocupação da recidiva ou metástase, e essa possibilidade existe. No entanto,
com o acompanhamento adequado, podemos ficar atentos e a mulher voltar a ter a
sua vida normal”, conta o especialista.
Independente
das mudanças que forem vivenciadas durante e depois da doença, o médico explica
que é fundamental o apoio do parceiro e da família para o cuidado com a saúde
emocional da mulher. Pois ela vivenciou um estresse grande e teve que lidar
muitas vezes com a mudança de sua aparência, que, consequentemente, afetaram a
sua autoestima. “Estudos mostram que a maioria das mulheres tem dificuldades de
voltar a ter uma vida sexual, por exemplo. O acompanhamento psicológico é de
extrema importância, para ajudá-la em tudo que ela passou, mas a maneira que
ela será tratada pelas pessoas que estão mais próximas a ela e o apoio que ela
vai receber faz muita diferença”, observa o médico.
Outro
recurso muito útil para ajudar a paciente nessa etapa é participar de um grupo
de apoio, pois ele permite compartilhar experiências, trocar conselhos e ter
perspectivas que estão de fora de seu círculo familiar ou de amigos.
Principais
acompanhamentos
As
consultas de acompanhamento, após o câncer de mama, costumam ser regulares e
vão reduzindo continuamente. Depois de cinco anos, elas passam a ser anuais. A
maioria dos tratamentos contra o câncer podem ter efeitos colaterais, sendo que
alguns podem ser temporários e outros durarem muito tempo. Têm ainda os efeitos
que aparecem anos após o tratamento e passam a ser acompanhados depois. “Quando
o tratamento termina, acompanhamos a paciente de perto para examinar, conversar
a respeito de qualquer sintoma ou receio que a paciente esteja sentido, pedir
alguns exames para acompanhamento da doença e ficar atento com os efeitos
colaterais posteriores”, diz o especialista.
Já
os exames ginecológicos devem ser feitos anualmente, pois muitas mulheres
passam a fazer tratamentos hormonais com medicamentos que podem ter efeitos
colaterais, como o câncer uterino– que tem risco aumentado após a menopausa.
As
pacientes que precisaram fazer cirurgia nas mamas devem realizar a mamografia
anualmente. Nos casos de uma cirurgia conservadora, ela é iniciada seis meses
após a cirurgia, depois que a paciente já terminou a radioterapia. Como alguns
tratamentos de câncer de mama também podem levar a uma menopausa precoce é
importante medir regularmente a densidade óssea para prevenir uma possível
perda óssea.
“Embora existam diversos cuidados necessários em um
acompanhamento posterior ao câncer de mama, isso não deve ser motivo para a
mulher em questão desanimar, pois, com o acompanhamento adequado podemos manter
o cuidado com a saúde e fazer o diagnóstico precoce caso haja alguma recidiva ou
um segundo câncer”, finaliza.
Fonte: Jornal Dia a Dia